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D. João e a corte portuguesa no Brasil: comemoração do Bicentenário (1808-2008)

Atualizado: 19 de mar. de 2022

*Se precisar citar, tê-lo como referência, usar:

DANTAS, Bárbara. D. João e a corte portuguesa no Brasil: comemoração do bicentenário (1808-2008). 2008. Disponível em: https://www.barbaradantas.com/post/d-jo%C3%A3o-a-corte-portuguesa-no-brasil-comemora%C3%A7%C3%A3o-do-bicenten%C3%A1rio-1808-2008


Resumo: Este artigo pretende mostrar como a vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 influenciou a vida da então colônia brasileira nas Américas, especialmente, a cidade do Rio de Janeiro. Este importante fato histórico ocorreu, principalmente, devido ao avassalador medo que os portugueses sentiam dos avanços militares das tropas francesas do imperador Napoleão Bonaparte sobre o território de vários reinos europeus, que culminou com a real invasão em Portugal na mesma data que a frota de caravelas e navios portugueses e ingleses zarpava da cidade de Lisboa rumo às Américas, ao Brasil. O ano de 2008 foi repleto de comemorações e de lançamentos que relembraram a aventura da família real e da corte de D. João em fins de 1807 e início de 1808.


Palavras-chave: Rio de Janeiro; Lisboa; D. João VI.


Resumen: Este artículo pretende mostrar cómo la llegada de la corte portuguesa al Brasil en 1808 influenció la vida de la entonces colonia brasileña en las Américas, especialmente la ciudad de Río de Janeiro. Este importante hecho histórico ocurrió, principalmente, debido al avasallador miedo que los portugueses sentían de los avances militares de las tropas francesas del emperador Napoleón Bonaparte sobre el territorio de varios reinos europeos, que culminó con la real invasión en Portugal en la misma fecha que la flota de carabelas y barcos portugueses e ingleses zarpaba de la ciudad de Lisboa hasta las Américas, al Brasil. El año de 2008 fue repleto de conmemoraciones y de lanzamientos que recordaron la aventura de la familia real y de la corte de D. João a fines de 1807 y principios de 1808.


Palabras clave: Río de Janeiro; Lisboa; D. João VI.


Abstract: This article intends to show how the coming of the portuguese court to Brazil in 1808 influenced the life of the then Brazilian colony in the Americas, especially the city of Rio de Janeiro. This important historical fact occurred mainly due to the overwhelming fear that the portuguese felt of the military advances of the french troops of the emperor Napoleon Bonaparte on the territory of several european kingdoms, that culminated with the real invasion in Portugal in the same date that the fleet of portuguese and english caravels and ships sailed from the city of Lisbon to the Americas, to Brazil. The 2008 year was replete with celebrations and launches that recalled the adventure of the royal family and the court of D. João in late 1807 and early 1808.


Keywords: Rio de Janeiro; Lisbon; D. João VI.


Introdução:


Em 2008 comemorou-se o Bicentenário da Vinda da Corte Portuguesa para o Brasil. Como parte destas comemorações, este importante fato histórico foi explorado por estudiosos de diversas áreas: livros, revistas e filmes inéditos queriam contar a incrível aventura da nobreza portuguesa no Brasil há pouco mais de 200 anos atrás.

Foi um evento único na história mundial: uma família real da Europa junto com os membros da nobreza mudar-se para uma de suas colônias. Principalmente, em fuga: sim, porque temiam o Furacão militar chamado Napoleão Bonaparte (1769-1821). O militar corso que se tornou imperador da França colocou quase todas as famílias reais da Europa sob sua soberania implacável: uma a uma, as casas imperiais perderam suas coroas e se submeteram às vontades de Napoleão (GOMES, 2007).

Não foi diferente com os Bragança de Portugal – nome da família real de D. João, príncipe regente de Portugal na época. Pressionado pela Inglaterra para partir para sua colônia nas Américas e perseguido por Bonaparte. D. João enfrentou um grande dilema, nunca antes enfrentado por um rei (SLEMIAN; PIMENTA, 2008).

Depois de receber muitos conselhos e refletir, decidiu fugir. Mais de 10.000 membros da nobreza se uniram à família real e rumaram para a mais rica colônia do império português, o Brasil. No dia 27 de Novembro de 1807 a frota naval composta de quarenta caravelas partiu de Lisboa para o Brasil escoltada por nove naus inglesas. Numa viagem de quase dois meses pelo oceano Atlântico, os nobres passageiros viveram todo tipo de reveses: piolhos, tempestades, água salobra e enjoos foram apenas algumas das dificuldades enfrentadas (WILCKEN, 2005).

Quando, enfim, avistou o continente americano, a frota de D. João fez uma escala de um mês em Salvador. Ali, em 22 de Janeiro de 1808, foi festivamente recebido pela população e governantes. Em Salvador, instituiu suas primeiras medidas de governo: liberou os portos da colônia para comercializarem com as nações amigas e criou a primeira faculdade do Brasil, a faculdade de medicina da Bahia, hoje, Universidade Federal da Bahia – UFBA (GOMES, 2007).

Seguiu, então, para o Rio de Janeiro. Desembarcou na cidade no dia 7 de Março de 1808 (WILCKEN, 2005). D. João ficou encantado com a paisagem carioca, mas enojado com a sujeira das ruas e com a falta de educação dos moradores. Não era um local digno de abrigar a família real!

Imagem 1: Fachada em estilo neoclássico da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. A instituição foi criada por D. João para abrigar o acervo da Biblioteca Real de Lisboa que, a partir de 1808, foi trasladado para terras cariocas. Um detalhe: na pressa da fuga para o Brasil, dezenas de caixas com o primeiro lote de exemplares estavam amontoados no cais junto a outras contendo a rica prataria real. Pressão inglesa no mar e das tropas francesas em terra, o rei decidiu adiantar a saída. Bem, entre a riqueza da prataria e o valor das obras da Biblioteca, o que deixaram para trás? A prataria. Não há riqueza maior do que o conhecimento. Em uma narrativa muito agradável, este livro relata os reveses enfrentados por aqueles que salvaram o acervo lisboeta do possível roubo e depredação das tropas napoleônicas.


O rei não tardou em trabalhar. Em menos de 10 anos, mandou construir um teatro, o Jardim Botânico, fundou o Banco do Brasil, liberou a entrada de produtos europeus como vinho, farinha e azeite e, ainda, criou a Biblioteca Nacional com os mais de 60.000 livros vindos da Biblioteca de Lisboa (SCHWARCZ, 2002).

Com morte de sua mãe, em 1816, o príncipe regente é coroado imperador e se torna D. João VI. Em 1821, depois de uma Revolução em Portugal, conhecida como Revolução do Porto, foi obrigado a voltar para a Europa deixando como regente da colônia do Brasil seu filho mais velho (futuro imperador do Brasil) D. Pedro (GOMES, 2007).

Não esqueçamos que o Período Joanino (1808-1821) foi a época em que mais escravos entraram no Brasil. As medidas administrativas de D. João foram importantes para manter a unidade territorial brasileira e transformaram uma colônia atrasada e isolada em um centro cultural e econômico em pleno continente sul-americano (SLEMIAN; PIMENTA, 2008).


O tema, a pesquisa e a prática de ensino:


Em 2008, presenciei as comemorações dos 200 anos da Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil. Trabalhei neste ciclo de palestras o contexto tumultuado da época: a primeira metade do séc. XIX na Europa, principalmente em Portugal, e no Brasil; expus as principais causas deste evento único na História; demonstrei suas consequências para o Brasil, naquela época, uma das colônias do Império Português; tentei desmistificar a imagem caricaturada que alguns personagens adquiriram devido à historiografia tradicional que, por motivos ideológicos ou políticos, deturpou-a.

D. João, por exemplo, foi taxado como um governante sem as habilidades necessárias que sua posição exigia. D. João era um homem que facilmente se emocionava, chorou com frequência durante o seu tumultuado reinado. Contudo, suas decisões foram fruto de um cotidiano imerso na leitura dos documentos de Estado e em reuniões com seus ministros. A imagem de um soberano bonachão é resultado da propaganda anti-monarquista implementada pelos republicanos ainda em fins do séc. XIX” (WILCKEN, 2005, p. 75)

A chegada da corte portuguesa moldou o que nós entendemos hoje como Brasil. De Lisboa para a Baía de Guanabara, a realeza portuguesa fincou seus pés na colônia e, ali, estabeleceu-se por tempo indeterminado. Um fato sem precedentes históricos e com consequências ímpares para o Brasil. A união das províncias em uma única nação talvez seja o maior legado dessa transferência do poder imperial para terras coloniais. A colônia portuguesa na América do Sul poderia ter tido o mesmo fim que a colônia espanhola: o desmembramento em diversos países. (1808-2008, 2008, p. 25).

Em menos de vinte anos, o Brasil saiu do limbo colonial para ser uma nação, um país independente. A família real mudou a imagem do Rio de Janeiro, então uma vila suja e pobre com cerca de sessenta mil habitantes, fazendo dela a metrópole do Império Ultramarino Português, tornou-a uma cidade sul-americana com um toque europeu (HISTÓRIA, 2008, p. 32).

Das comemorações deste evento histórico partiu minha vontade de adentrar os bastidores da fuga, da viagem e dos primeiros anos da família real nas terras coloniais do Brasil. Comparar os discursos historiográficos e dos meios de comunicação, rever a imagem dos personagens e demonstrar o impacto da corte portuguesa na cidade do Rio de Janeiro e na colônia brasileira em geral.

A vinda da corte portuguesa ao Brasil, os 200 anos deste evento, comemorado no ano de 2008, teve grande destaque nos meios de comunicação. A imprensa em geral (TV, impressa e internet) destacou este fato histórico como de suma importância para a história do Brasil. Livros, revistas em quadrinhos, séries animadas de vídeos educativos e encartes especiais de revistas foram publicados e tiveram grande interesse por parte do público especializado ou leigo.

Nos meios especializados, congressos, bibliotecas e museus promoveram debates, exibições e lançamentos relacionados com o tema. No entanto, muitos historiadores presenciaram as comemorações deste bicentenário com certo ceticismo, “análises rápidas e rasteiras” ainda davam um viés superficial ao fato histórico. As reais implicações do estabelecimento da corte portuguesa no Rio de Janeiro ainda não foram devidamente esclarecidas (SLEMIAN; PIMENTA, 2008).

Imagem 2: A proposta de trabalho nas escolas. Ao fundo, a bandeira do império português no início do séc. XIX.


Iniciei meus estudos e as atividades nas escolas com o intuito de, ainda enquanto estudante de História, encontrar o melhor caminho para a prática de seu ensino de forma lúdica, porém, sempre, bem fundamentada. Afinal, “estamos na era da autoconsciência: o historiador pode e deve saber o que está fazendo” (CARR, 2006, p. 173).

Ao analisar os diversos discursos a respeito deste fato histórico, verifiquei algumas discordâncias, erros, anacronismos e outras falhas que poderiam ser fatais para a construção de um saber histórico minimamente fidedigno com os acontecimentos do passado. “A situação era de difícil solução; o receio não era apenas o de uma invasão iminente das fronteiras continentais, mas também o da perda do Brasil e da consequente ruptura do sistema colonial” (SCHWARCZ, 2002, p. 189). Ou seja, uma situação sem par na história de Portugal se descortinava sob a regência de D. João.

Nesse processo do estudo à prática, sugiro a apreciação por parte de crianças e jovens de um saber lúdico, porém, responsável. Compartilhar informações com o corpo docente das escolas também é um objetivo premente, pois, por vezes, os professores se veem tão assoberbados pelo cumprimento do cronograma de atividades obrigatórias, que perdem o estímulo para realizar uma prática docente mais divertida - e interessante - para os alunos.

Um feliz resultado desta premissa foi o fato de que nas três escolas que realizei a atividade, a direção pediu que todos os professores - não apenas os de história - também assistissem às palestras. Atitude que engrandece os saberes específicos de cada uma das áreas do conhecimento por meio de uma apreensão panorâmica de outros saberes importantes para formar esta miríade de sentimentos, racionalidade e compulsões animais que conhecemos como o Ser Humano.

Esse projeto de 2008 visou o aperfeiçoamento da minha futura prática docente e como complemento de meus estudos. Como graduanda em História e futura professora e pesquisadora desta disciplina, eu via que a prática do ensino é de suma importância na busca por uma excelência no ato de ensinar o que aprendemos na teoria, na sala de aula. O estudo da História, normalmente, coloca o estudante atrás das leituras do conhecimento e crítica, mas o ensino de História requer uma capacitação didática para tal.

Imagem 3: Vivemos em um mundo imerso nos ícones (aplicativos de celular, propaganda, vídeos, logomarcas). As obras de arte foram os primeiros suportes dos símbolos, dos ícones. A arte não pode, de forma alguma, isolar-se de seu contexto. Ela reflete seu tempo, os homens retratam-se por meio da arte. Por isso, a História da Arte esta estreitamente ligada ao período histórico que a produziu. Cabe ao historiador preparar-se para saber discorrer uma fala na qual aborde as fontes textuais e as imagéticas. Ambas, exteriorizações da alma.


Realizei nas escolas uma atividade na qual a interdisciplinaridade e a atividade lúdica foram importantes ferramentas de ensino ao facilitarem o entendimento e, principalmente, aumentar o interesse dos alunos por História. Durante a exposição, deixei espaço para que os alunos e professores fizessem seus comentários no momento da dúvida ou questionamento. Isso dá uma maior interação com o público e diminui a imagem de que sou a única portadora do discurso, da ideia. Permite a troca de experiências e aproxima o locutor dos seus ouvintes.

Imagem 4: A história dos cartuns tem um passado distante. Tornou-se, desde o advento da impressão por máquinas, um meio de comunicação impressa de fácil entendimento. A relação da imagem com o texto facilita sobremaneira a apreensão da mensagem da história. Além de tornar o conteúdo compreensível para um número maior de pessoas com níveis de ensino e idade diferentes por sua baixa complexidade formal e textual. A história em quadrinhos é um fenômeno da cultura de massa e globalizada.


Desenvolvi as atividades para os alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e também para o ensino médio, além de todo corpo docente e discente das escolas. Portanto, o discurso deve passar da forma mais simples possível, ideias complexas (BLOCH, 2001). Para isso, trabalhei da seguinte forma:

- Apresentação intercalada de vídeos e imagens de época. Utilizei oito, com duração de cerca de 6 minutos cada. Dei preferência às imagens da época para apresentar os principais personagens, recorte geográfico e temporal dos fatos, bem como dos acontecimentos mais significativos. Mas as apreensões imagéticas da atualidade a respeito do fato histórico também estavam presentes, da charge a reconstrução do navio que transportou a realeza portuguesa para as paragens cariocas.

Imagem 5: Videografismo, trilha sonora, sonorização e dublagem: estas foram algumas técnicas cinematográficas usadas para transformar em vídeos os desenhos originais da história em quadrinhos que ganharam vida na TV num formato inovador. Com muito humor, a série trata dos principais fatos do período joanino (FUTURA, 2008).


Após dois (02) dias de palestras para todos os alunos de ensino fundamental e médio, além do corpo docente e discente, propus a realização de um trabalho livre aos alunos para ser feito em casa sobre o tema da palestra e serem expostos no mural da escola. Trabalhos escritos (redação, história, comentário), desenhos e/ou montagens. Toda forma de expressar como o conteúdo foi absorvido pelos alunos.

Imagem 6: As palestras ocorreram nos três turnos: manhã, tarde e noite. O discurso teve que se adaptar ao público mesclado em diferentes faixas etárias: crianças, jovens e adultos.

O colégio PIO XII abraçou esta proposta e, com a ajuda dos professores de história e de artes, alguns alunos realizaram belíssimos trabalhos com imagens, recortes, montagens e textos literários ou jornalísticos. A arte fluiu nos estudantes. A expressão artística foi a escolhida por alguns para demonstrar o que aprenderam ou quais ideias e sentimentos afloraram a respeito do tema.

Imagem 7: Os alunos do Colégio PIO XII capricharam na imaginação. As obras que produziram foram de uma criatividade empolgante. De gravuras à produção de cartas sobre papeis envelhecidos artificialmente. Notamos que, a apreensão dos acontecimentos é feita e retransmitida de variadas formas. Não existe, portanto, uma hierarquia de valores quando nos referimos a formas de representar o conhecimento ou um sentimento. Da letra à imagem, tudo é válido.


Em duas das escolas trabalhadas, colégio PIO XII e Fundação Bradesco, a direção e professores comentaram que a procura por livros sobre o tema e a história em quadrinhos D. João carioca foi grande nas bibliotecas das instituições. A direção das escolas comprou exemplares da história em quadrinhos devido ao grande número de pedidos e também fizeram uma lista de espera para outras obras que as bibliotecas já tinham com relação ao tema.


Conclusão:


Imagine, que num dia qualquer, os brasileiros acordassem com a notícia de que o presidente da República havia fugido para a Austrália, sob a proteção da Força Aérea dos Estados Unidos. Com ele, teriam partido, sem aviso prévio, todos os integrantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário junto a alguns dos maiores líderes empresariais do país.

Para completar, a esta altura, tropas da Argentina já estariam marchando sobre território brasileiro a caminho de Brasília. Abandonado pelo governo e todos os seus dirigentes, o Brasil estaria à mercê dos invasores, dispostos a saquear toda e qualquer propriedade que encontrassem pela frente e assumir o controle do país por tempo indeterminado.

Impossível? Nem tanto...

(Trecho do livro 1808, do jornalista Laurentino Gomes. Best-seller brasileiro com mais de meio milhão de exemplares vendidos).


Há 200 anos a Corte de Portugal abandonou às pressas seu país invadido pelas tropas francesas a mando de Napoleão Bonaparte, numa tumultuada fuga para o Brasil. Esta incrível aventura, a tempestuosa viagem pelo oceano e o estabelecimento da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro foi o assunto do Ciclo de Palestras apresentado em três escolas para os alunos e professores do ensino fundamental e médio quando eu era ainda graduanda em História. As palestras basearam-se em duas frentes: na primeira, os estudos a respeito do tema; na segunda, por meio dos vídeos produzidos pelo Canal FUTURA e imagens.

Imagem 8: A Inglaterra do séc. XVIII popularizou a divulgação de caricaturas de importantes personagens da nobreza e da política nos jornais da época. Foi um meio de ridicularizar os opositores: sobressaltar seus defeitos físicos ou manias duvidosas. No Brasil, a caricatura se difundiu na imprensa escrita na segunda metade do séc. XIX como um meio de desmoralizar a monarquia brasileira, que avistava seus derradeiros dias. Na atualidade, a caricatura abusa de seu viés cômico como vemos nesta imagem: D. João em fuga, com sua famosa coxinha de galinha em uma mão, carrega no ombro sua tempestiva esposa espanhola, Carlota Joaquina. Esta, não perde a oportunidade de caçoar de Napoleão Bonaparte, representado em uma altiva posição, o líder dos franceses não perdia a pose nem quando era visivelmente ludibriado...


Único na história do mundo, o evento comemorou em 2008 seu bicentenário. Teve grande destaque na mídia e no meio acadêmico brasileiro e mundial. Diversos livros e revistas foram escritos. Séries de TV e exposições em museus e galerias de arte foram montadas.

No Período Joanino no Brasil (época que engloba a chegada de D. João ao Brasil até seu retorno para Portugal, 1808-1821): Fundou-se o 1º banco do país, o Banco do Brasil. A 1ª faculdade também, em Salvador. A Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico entre outras obras e medidas que alavancaram o desenvolvimento brasileiro como a permissão da importação de bens de consumo. Como um dos legados da Corte de D. João no Brasil, temos a unificação das províncias sob o governo do Império estabelecendo as fronteiras territoriais brasileiras.

Só a escravidão continuou a mesma. Até pior!


Anexos:


Imagens dos trabalhos de alguns alunos do Colégio Pio XII.










Referências:


1808: Este é o homem. VEJA. Edição especial. São Paulo: Abril, 2008.

1808-2008. AVENTURAS NA HISTÓRIA. Edição especial. São Paulo: Abril, 2008.

AVENTURAS NA HISTÓRIA. A Redescoberta do Brasil. Ed. 54. São Paulo: Abril, 2008.

AVENTURAS NA HISTÓRIA. Info-história. Ed. 52. São Paulo: Abril, 2007.

CARR, Edward Hallet. Que é história? Ed. 9. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

DOM João Carioca. Canal Futura. Disponível em: http://www.futura.org.br/programas/dom-joao-no-brasil/guia-de-episodios-dom-joao-no-brasil.

DURANT, Will. A era de Napoleão. Ed. 3. Rio de Janeiro: Record, 1995.

ENCICLOPÉDIA História do Brasil. O reino unido do Brasil. São Paulo: Bloch, 1974, v. II.

HUGHES, Robert. Goya. São Paulo: Cia. Das Letras, 2007.

GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta, 2007.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à independência do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; SPACCA. D. João Carioca: a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SLEMIAN, Andréa; PIMENTA, João Paulo G. A corte e o mundo: uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008.

WILCKEN, Patrick. Império à deriva. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.


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1808 2008 Bicentenário da vinda da família real portuguesa para o Brasil
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